Manual de Coleta

 

ORIENTAÇÕES DE ACONDICIONAMENTO E ENVIO DE AMOSTRAS

Diversos fatores podem interferir no resultado dos exames, sendo a maioria fatores pré-analíticos, ou seja, ligados à coleta, conservação e envio da amostra. A padronização do manejo da amostra como um todo é a forma de garantir segurança, confiabilidade e precisão dos resultados das análises.

Variáveis pré-analíticas que podem interferir nos resultados dos exames:

  • Ausência de dados do paciente (idade, raça, sexo, etc), data e hora da coleta, ausência de história e suspeita clínica.
  • Condição de coleta: difícil, demorada, etc.
  • Uso de garrote prolongado
  • Tempo de armazenamento e conservação da amostra.
  • Volume inadequado de amostra coletada
  • Animal sob estresse e excitação durante a coleta.
  • Ingestão de medicamentos
  • Falta de Jejum
  • Hemólise

Manual de Coleta

  • Recomendado jejum de 8 horas
  • Para o hemograma a amostra de sangue deve ser colhida em tubos com anticoagulante EDTA (tampa roxa/rosa) e mantidas refrigeradas a 2 a 8ºC por até 24 horas.
  • Observar a proporção entre sangue e anticoagulante, respeitando o limite do frasco. O excesso de EDTA pode produzir falso hematócrito, destruição de hemácias, degeneração de neutrófilos, vacuolização de monócitos e hemólise. Já o excesso de sangue pode ocasionar formação de coágulos.
  • O sangue deve ser homogeneizado (durante 30 segundos), suavemente, para evitar a coagulação. A presença de coágulos na amostra prejudica as contagens de células e plaquetas.

Realizar esfregaço sanguíneo colocando uma pequena gota de sangue periférico (preferencialmente da ponta de orelha) na extremidade de uma lâmina de vidro. Com uma segunda lâmina encostar na gota de sangue, formando um ângulo de 45°.  Realizar um movimento para trás, de modo que a gota de sangue se espalhe por toda a borda da lâmina. Deslizar a lâmina, mantendo sempre o mesmo ângulo, em um só movimento, firme e uniforme, sem separar uma lâmina da outra.  Forma-se então uma delgada camada de sangue, que não deve cobrir toda a lâmina.  Deixar secar ao ar.

  • Recomendado jejum de 8 horas
  • Para a maioria das provas bioquímicas, imunológicas e hormonais se faz necessário o uso do soro, portanto, o sangue deve ser colhido em tubo de tampa vermelha com ou sem ativador de coágulo ou frasco amarelo com gel separador de coágulos. Porém alguns testes podem ou necessitam serem feitos no plasma.
  • Colher por punção intravenosa de 2 a 4 ml de sangue (dependendo da quantidade de exames solicitados).
  • Deve-se retirar a agulha antes de colocar o sangue no tubo e deixar escorrer pela parede do tubo, para evitar hemólise.
  • Manter a amostras refrigeradas a 2 a 8º até retirada do material pelo laboratório.
  • Para dosagem de glicose e ácido lático, deve-se utilizar o tubo com Fluoreto (tampa cinza)
  • Para os testes de coagulação (TAP e TTPA) deve-se coletar em tubo com citrato (tubo azul)
  • É imprescindível que se respeite o volume de amostra indicado no tubo.
  • Manter a amostra refrigerada a 2 a 8º até a retirada do material pelo laboratório.
  • A urina deve ser colhida com a máxima assepsia e antissepsia, cujo método padrão-ouro é a cistocentese. A colheita também pode ser realizada por sonda ou por micção espontânea (desprezar os primeiros jatos), mas o método de eleição, principalmente para urocultura é a cistocentese.
  • Os frascos para colheita de urina devem ser estéreis (fornecidos pelo laboratório ou comprados em farmácia), em caso de coleta por cistocentese enviar na própria seringa de coleta.
  • A quantidade mínima de urina para exame é de 5 mL.
  • A amostra deve ser mantida sob refrigeração (2-8 ºC) e protegida da luz até a análise.
  • A amostra de urina deve ser encaminhada o mais rápido possível para o laboratório, devido a possibilidade de alterações químicas, físicas e de sedimento. A demora na realização do exame facilita a multiplicação bacteriana com produção de amônia, alcalinização do pH e dissolução de cilindros eventualmente presentes. E em casos de glicosúria, poderá ocorrer diminuição da glicose devido sua utilização pelas bactérias presentes.
  • Para análise de cálculos urinários, estes devem ser lavados com soro fisiológico, colocados em frasco limpo e seco e mantidos em temperatura ambiente.
  • As amostras para exame bacteriológico devem ser obtidas preferencialmente antes da antibioticoterapia. Caso o animal esteja em tratamento com antibióticos, estes devem ser suspensos por no mínimo 7 dias antes da coleta do material.
  • Deve-se realizar uma boa assepsia da região externa da lesão.
  • Utilizar swab estéril.
  • Em caso de lesões secas umedecer o swab com soro fisiológico estéril.
  • Esfregar o swab com pressão ao foco da lesão e introduzir o swab no meio de transporte (stuart), viabilizando a amostra por 48 horas.
  • Amostras líquidas podem ser enviadas em seringa, coletor universal ou tubos estéreis.
  • No caso de urocultura, o método de coleta de eleição é a cistocentese.
  • No caso de coprocultura, coletar as fezes do animal logo após a defecação ou através de swab estéril retal.
  • Mantenha as amostras em local seco, no caso de amostra líquidas, urina e fezes manter refrigeradas (2 a 8°C).
  • Para hemocultura solicitar ao laboratório antes da coleta tubo com meio específico.
  • Realizar uma limpeza prévia da área a ser colhido o material, utilizando uma gaze embebida em soro fisiológico.
  • Em animais de pelos longos, cortar as pontas dos pelos, deixando os pelos com 0,5 a 1,0 cm de comprimento.
  • Os pêlos devem ser arrancados das bordas da lesão (e não cortados) com auxílio de pinças e colocados dentro de frasco estéril.
  • Swabs também podem ser utilizados como material de coleta, porém são mais úteis em amostras úmidas.
  • O material obtido deve ser conservado em temperatura ambiente por até 48 horas.
  • Em casos de uso de antifúngicos tópicos, deve-se aguardar 15 dias para realizar a coleta e em tratamento oral, deve-se aguardar 30 dias. O animal deve estar sem banho pelo menos 7 dias.
  • Em animais de pêlo longo, fazer tricotomia para facilitar o raspado.
  • Fazer um raspado profundo com lamina de bisturi até sangrar. Descarregar o conteúdo sobre uma lâmina de vidro, cobrindo-a com outra lâmina e vedando-a com esparadrapo.
  • O uso de óleo mineral tem a função simplesmente de imobilizar possíveis ácaros. Não se faz necessário submergir a amostra no óleo.
  • A amostra deve ser representativa, pois pouco material pode levar a resultado falso-negativo.
  • Coletar em frasco coletor universal amostra fecal logo após a defecação, sem exposição ao sol e preferencialmente a porção que não entrou em contato com o solo.
  • Manter as amostras refrigeradas de 2 a 8°C até envio ao laboratório.
  • O material para coprocultura pode ser colhido com swab estéril. Neste caso, coleta-se diretamente do reto do animal.
  • Para imprints, pressionar uma lâmina sobre a lesão e deixar secar ao ar.
  • Para aspirados, deve-se realizar assepsia do local a ser puncionado, introduzir a agulha no nódulo/massa, puxar o êmbolo para fazer pressão negativa e redirecionar a agulha em outras direções.
  • Liberar a pressão do êmbolo e retirar do nódulo/massa.
  • Remover a agulha da seringa, preencher a seringa com ar, recolocar a agulha e espirrar o conteúdo sobre uma lâmina de vidro. Com o auxílio de outra lâmina, fazer o esfregaço ou “squash” para espalhar o material.
  • Secar ao ar e enviar ao laboratório em um porta-lâminas.
  • Não necessita refrigeração.
  • Em caso de cistos enviar a seringa com o líquido puncionado.
  • Preencher de forma mais completa possível local de coleta, histórico e suspeita clínica.
  • As amostras do líquido devem ser acondicionadas em dois tubos, um com EDTA para exame citológico e um sem EDTA para os exames bioquímicos e, se necessário, cultura bacteriana.
  • A amostra deve ser enviada imediatamente ao laboratório, sob refrigeração (2 a 8ºC).
  • Recomenda-se confeccionar lâminas através da técnica de “squash” no momento da coleta, a fim de evitar a perda de características citológicas da amostra.